terça-feira, 10 de maio de 2011

Espaço do Artista - Wellington Dantas



Wellington Dantas nasceu em 1938 em Caicó, RN, de onde se mudou para Natal e em 1960 para o Recife, quando ingressou na equipe que iniciaria a SUDENE, depois de fazer um curso na CEPAL/Nações Unidas sobre desenvolvimento econômico. Formou-se na Faculdade de Direito do Recife em 1964 e fez Licença e Mestrado em Economia na Universidade Católica de Louvain, Bélgica. Em 1986 passou a trabalhar na CHESF, até aposentar-se. Reuniu poemas escritos ao longo da vida no livro "Textos Poéticos", editado pelo autor na Bagaço em 2009. É membro da UBE (União Brasileira de Escritores). Radicou-se em Olinda, onde reside desde 1972.  É casado com Marta, com quem tem dois filhos, Luciana e Rodrigo, ambos profissionais do Direito. Em 2010, teve  dois poemas selecionados  no Concurso de Poesia da Biblioteca Popular de Afogados e publicados na “Coletânea de Poemas” premiados. Participou da Fliporto Digital 2010 e teve um poema incluído na coletânea  “Os Cem Melhores Poemas do Prêmio TOC140, Poesia no Twitter”. 

Um pouco de sua obra:


 
EXÍLIO, AINDA

Não sei donde me vem
esta inquietação sem causa,
que me oprime o  peito
com ânsias e espinhos.


De repente, minha rua,
tantas vezes percorrida,
tanto tempo vivida,
se faz irreconhecível.


O lugar onde eu esteja
não é jamais aquele
onde desejava estar:
sinto faltar-me o ar.


O lugar onde  busco repouso,
o lado para o qual  me volto,
são sempre  lugar e  lado errados,
me dão ânsias de  partir.


Em meio a tudo, o sentimento de perda.
Mas afinal, o que perdi?
O que estava procurando,
sem nem saber o quê.




Esta inquietude que sinto,
(acabo de descobrir),
saudades de um país distante,
que mora dentro de mim.


(Olinda, 2003.
Publicado no livro “Textos Poéticos”,
editado pelo autor em 2009.)


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DIAMANTES

O tempo esmaga,
Sob o peso de suas camadas,
As cinzas de nossas vidas.

Como resgatar
Os diamantes soterrados?

(Selecionado em concurso da Biblioteca
Popular de Afogados, foi publicado em
sua “Coletânea de Poemas” em 2010.)


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 GALOS

A madrugada fria
De vento e chuva
Desfaz
A promessa do amanhecer
E cria a multidão inumerável
De desconsolados
Emudecidos galos

(Selecionado na FLIPORTO DIGITAL 2010,
foi incluído na coletânea “Os Cem Melhores
Poemas do Prêmio TOC140, Poesia no Twitter”.)

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